terça-feira, 19 de maio de 2015

BIOQUÍMICA E PROTETOR SOLAR


Olá pessoal!
A nossa postagem dessa semana abordará uma temática bem interessante que é “bioquímica e protetor solar”.  Esse post completa um post já publicado por nós (EXPOSIÇÃO AO SOL E CÂNCER DE PELE) e recomendo que o leia para compreender melhor como os raios solares atingem a pele.
O uso de fotoproteção é um fator de relevância para a rotina de trabalho dos pescadores e também de toda a população brasileira, já que o Brasil é um país localizado entre os trópicos e recebe uma alta incidência de raios solares. Segundo pesquisa de hábitos e atitudes realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos - ABIHPEC - os protetores solares têm índices de consumo no mercado brasileiro bastante baixos em relação ao seu público alvo, ficando em torno de 32%. Isso chama a atenção visto que os raios solares exercem uma seria de efeitos sobre a pele e se torna um pouco preocupante quando se foca na classe dos pescadores, profissionais que se expõem constantemente ao sol e na maioria das vezes não recebem uma fotoproteção adequada.
Entre os principais efeitos do sol na pele estão o bronzeamento, as queimaduras, as fotodermatoses, o fotoenvelhecimento, o câncer de pele e a desidratação. Os protetores solares são produtos formulados na forma de emulsões, soluções, géis, aerossóis ou mousses destinados a diminuir a incidência desses danos causados à pele e ao organismo, reduzindo a quantidade de radiação UV que atinge a pele.

EFEITOS DO PROTETOR SOLAR SOBRE A PELE:

A composição dos filtros solares é a seguinte:



O que promove a foto proteção são os filtros. Esses filtros são moléculas ou complexos moleculares que podem absorver refletir ou dispersar a radiação UV. Filtros de efeito físico ou inorgânicos protegem devido à deposição sobre a pele, refletindo e/ou dispersando a radiação incidente. O problema destes filtros é o inconveniente antiestético, pois como depositam sobre a pele e refletem toda luz visível, o efeito final é um visual branco difícil de mascarar. Com a redução do tamanho das partículas destes compostos, estes produtos passaram a ter uma maior aceitação. Os principais filtros físicos são dióxido de titânio e óxido de zinco microparticulados (materiais seguros quanto a aspectos toxicológicos e com reduzido efeito visual). A imagem a seguir mostra o efeito desses filtros sobre a pele:


Filtros de efeito químicos ou orgânicos são compostos aromáticos conjugados com um grupo carboxílico. Em muitos casos, um grupo doador de elétrons (amina ou metoxil) é substituído na posição orto ou para do anel aromático. O mecanismo de ação dos filtros químicos se da de forma que configuração química permite à molécula absorver comprimentos de ondas curtos (mais energéticos) correspondentes ao UV, convertendo a energia resultante em radiações de baixa energia. Portanto, quando a molécula do filtro é atingida por um fóton de luz com determinado nível de energia ela vai para um estado eletrônico excitado e como a molécula entra em ressonância ela dissipa esta energia, retornando ao seu estado fundamental, emitindo outro fóton com menor energia do que aquele que foi absorvido para promover a excitação. A energia emitida pelo filtro solar pode ser na região do infravermelho (na forma de calor) ou ainda na região do visível (fluorescência ou fosforescência). Dessa forma, minimiza-se os efeitos danosos da radiação UV. Este efeito é esquematizado na figura abaixo:


Dessa forma, os protetores solares são ferramentas essenciais e indispensáveis diante dos danos provocados pela radiação UV, sendo assim, essenciais para evitar efeitos prejudiciais da exposição solar sobre a pele. Que pena que o uso desse mecanismo de fotoproteção não é frequente entre os pescadores, que se expõem de forma prolongada ao sol, e dessa forma acabam sofrendo as consequências dessa atitude.
Para entender melhor os efeitos do sol e do protetor solar na pele assista o vídeo abaixo:




REFERÊNCIAS
BALOGH, Tatiana Santana et al . Proteção à radiação ultravioleta: recursos disponíveis na atualidade em fotoproteção. An. Bras. Dermatol.  Rio de Janeiro ,  v. 86, n. 4, p. 732-742, Agosto de  2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962011000400016&lng=en&nrm=iso. Acessado em: 19 de maio de 2015.

 gpquae.iqm.unicamp.br/protetor.pdf

2 comentários:

  1. GRUPO M:

    Vale destacar também a composição química dos protetores solares, que é o que garantirá os seus benefícios. Na tabela exposta na postagem, cita os emolientes, que representam 12% da composição dos filtros solares, eles são representados pelos ésteres, éteres e triglicerídeos graxos, e têm como funções a solubilização de componentes lipofílicos como os filtros químicos e essências, o ajuste de propriedades sensoriais: sensação na pele, agradabilidade ao toque, espalhabilidade, facilidade de absorção e outras. Fazem parte também da composição dos filtros, os agentes doadores de viscosidade, que são: álcoois graxos e ésteres de glicerina, cuja função está na estruturação da emulsão para obter a viscosidade adequada através da formação de cristais líquidos ou formação de estruturas tridimensionais. Têm-se os emulsificantes, que representam 5% da composição, e são representados por: álcoois graxos etoxilados, alquilssulfatos de sódio e ésteres graxos de glicerina, que são agentes anfifílicos que reduzem a tensão superficial e permitem a formação das miscelas, partículas de materiais lipofílicos dispersos na água. Além dos filtros físicos, que funcionam como uma barreira física para a reflexão da radiação UV; e os filtros químicos, que têm como função absorver a radiação ultravioleta por meio de transições eletrônicas (promoção de elétrons de orbitais moleculares HOMO para LUMO), e relaxamento via emissão de radiação visível ou infravermelha ou modificações de estruturas de ressonância eletrônica.

    Referência: TERCI, Daniella Brotto Lopes. A Química dos Protetores solares. SIMPEC, 2008. Disponível em:

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  2. Ótima postagem, galera! a radiação UVA, que assim como a luz visível causa lesões no DNA por meio da produção de formas excitadas e mais reativas de oxigênio, penetra mais profundamente. Na década de 1980 se descobriu que os raios UVA provocavam outra forma de câncer – chamado de não melanoma, mais comum a partir dos 40 anos –, com origem nas chamadas células basais ou escamosas. Tempos depois da comprovação dos efeitos danosos dos raios UVA e UVB a indústria farmacêutica desenvolveu compostos que bloqueiam essas duas faixas de radiação com eficiência.
    http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/01/19/um-perigo-a-mais-do-sol/

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